Dengue: qual a situação atual e o que você precisa saber sobre a doença

Entenda a alta de casos de dengue e tire dúvidas sobre sintomas, tratamentos, transmissão e, o mais importante, como se prevenir

Não é apenas a nova onda de casos de Covid-19 que preocupa os infectologistas. Até a última semana de maio deste ano, foram registrados 9 318 casos de dengue. Já são 382 mortes, um aumento de 139% em comparação com o mesmo período no ano passado. O último pior surto foi em 2019, com 840 óbitos no ano inteiro.

Conheça abaixo o cenário atual e o que está por trás dele, além de se atualizar sobre sintomas, tratamentos, métodos preventivos e outras informações importantes a respeito da dengue.

Por que 2022 teve um aumento de casos?

É também normal essa intervalo de alguns anos entre grandes surtos. Uma das explicações é a variação de subtipos. Quando há um salto em um ano de uma espécie do vírus, a população fica imune até que seja atingida pelo pico de outra cepa.

“A qualidade da vigilância epidemiológica no Brasil muda bastante em cada região, mas o que se sabe é que há a predominância do tipo 1, padrão seguido há alguns anos. Em 2018, surgiram mais casos do tipo 2, mas ele não substitui o primeiro vírus”, explica Luna.

Uma possível subnotificação de casos nos últimos dois anos por causa da pandemia da Covid é outra explicação para esse salto entre 2019 e 2022. Muitos não procuraram atendimento médico em meio ao caos das unidades de saúde, e só agora esses números teriam sido computados.

O período de chuvas, bastante intenso no início de 2022, também facilita a circulação do vírus. Afinal, a combinação de calor com acúmulo de água promove a proliferação do inseto.

Perfil das mortes

Segundo informações do Ministério da Saúde, os óbitos por dengue de 2019 para cá ocorreram com ambos os sexos e prevaleceu entre os maiores de 60 anos. Neste ano, no entanto, foram registrados um número considerável de mortes também em pessoas com menos de 50 anos.

Os sinais de doença grave mais registrados foram:

- extremidades frias (41,5%)

- alteração da consciência (38,8%)

- pressão baixa (36,9%)

- taquicardia (36,7%).

O que é dengue?

Trata-se de uma doença infecciosa causada por um arbovírus, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti. A doença não tem tratamento específico, causa sintomas como febre alta e dores no corpo e pode até matar.

Sua incidência aumenta no verão, em dias quentes e úmidos.

Sintomas da dengue

Ela provoca, entre outras coisas, uma inflamação exacerbada nos vasos sanguíneos. Em decorrência disso, os sinais de sua presença são:

- Febre acima de 38,5˚ C

- Dores de cabeça, nas articulações e muscular intensas

- Dor ao movimentar os olhos

- Mal-estar

- Falta de apetite

- Enjoo e vômitos

- Manchas vermelhas no corpo

- Coceira leve

Na maioria dos casos, os sintomas da dengue duram até dez dias. Mas a fraqueza e mal-estar podem permanecer por algumas semanas.

Já tem vacina?

Sim. A Dengvaxia protege contra os quatro sorotipos, mas só é indicada para quem já teve dengue, pelo menos, uma vez. Em pessoas que nunca foram infectadas, o imunizante aumenta o risco de desenvolvimento da forma grave, em caso de uma infecção subsequente.

O imunizante está disponível na rede privada somente para esse público específico, seguindo orientações da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Há centros de pesquisa buscando, nesse momento, uma vacina mais eficaz e ampla para a dengue, segundo Gustavo Cabral, imunologista e pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), que trabalha nessas soluções.

Como prevenir?

A melhor forma de prevenção é evitar a circulação do mosquito. Ele se reproduz depositando ovos em água parada. Anote as dicas:

- Não deixe acumular água no quintal, nos pratos das plantas e em outros recipientes

- Tampe bem as caixas d’água

- Piscinas devem ser higienizadas com regularidade, e cobertas de lona para manter o tratamento com o cloro. As bordas são um convite para as larvas e precisam estar sempre limpas

- Previna-se das picadas com repelentes e inseticidas

- Fique atento a calhas e lajes que possam servir de reservatório de água

- Cuide bem do lixo. Não deixe resíduos a céu aberto e denuncie entulhos abandonados nos bairros

Fonte: Saúde Abril